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ERASMO PILOTTO

ERASMO PILOTTO

ERASMO PILOTTO (1910-1992)

 

Erasmo Pilotto, filho de um telegrafista e uma professora primária, nasceu em outubro de 1910, em Rebouças, Paraná. Ao concluir o ensino ginasial, sua intenção inicial era cursar Engenharia no Rio de Janeiro, mas pela exigência do conhecimento de latim não foi possível se matricular no curso. Em 1927, Erasmo Pilotto ingressou na Escola Normal Secundária de Curitiba e, conforme relata Vieira (2015, p. 81), isso foi “um divisor de águas na sua trajetória, vez que a experiência nesta escola teve impacto importante na sua formação e atuação profissional”. Logo após se formar na Escola Normal Secundária de Curitiba, em dezembro de 1928, Erasmo Pilotto lecionou no curso de formação de professores de algumas cidades paranaenses como Paranaguá, Entre Rios e Ponta Grossa, até 1934 quando foi nomeado para reger a cadeira de Psicologia, Biologia Aplicada à Educação e História da Educação na Escola Normal Secundária de Curitiba, na mesma instituição que havia se formado. Durante sua formação e início de carreira, acontecimentos importantes estavam delineando a educação brasileira, como as reformas estaduais, as Conferências de Educação[1] promovidas pela Associação Brasileira de Educação e a publicação do “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova” (AZEVEDO, 1932).

Nas décadas de 1930 e 1940, em paralelo com o Movimento da Escola Nova, acontecimentos como a promulgação da Constituição de 1934 e, posteriormente, o estabelecimento do Estado Novo (1937-1946), refletiram no engajamento nacional dos educadores em torno da educação renovada. Como afirmou Romanelli (1998), no período do Estado Novo, a Escola Nova manteve-se viva graças aos educadores que, no terreno da ação pessoal, deram continuidade ao trabalho. Neste cenário, no Estado do Paraná, destacou-se o professor Erasmo Pilotto que era adepto do Movimento da Escola Nova e que trabalhou no sentido de implantar na formação de professores e no ensino primário o referido ideário educacional.

Em 1938, o professor Erasmo Pilotto tornou-se Assistente Técnico da Escola de Professores (antiga Escola Normal Secundária de Curitiba) e à frente da formação de professores implementou com êxito os princípios da Pedagogia da Escola Nova. No entanto, enquanto a Escola de Professores divulgava e experimentava o que havia de mais renovador no campo da Educação, as escolas primárias estavam sendo regidas por programa de ensino “disciplinador e normativo, de caráter conservador” (TRINDADE, ANDREAZZA, 2001, p. 105). Em 1953, ao discorrer sobre o percurso da educação paranaense, Ratacheski destacou que apenas um estabelecimento no Paraná não havia sido absorvido pelas normas da ditadura e este era o “Instituto de Educação, onde era professor e exercia grande influência o prof. Erasmo Pilotto” (1953, p. 35, https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/116187).

O divisor de águas e que nos permite vislumbrar o professor Erasmo Pilotto como um expertaconteceu em 1944 quando a Diretoria Geral de Educação do Estado do Paraná o convidou para compor uma comissão que elaboraria novos programas para o ensino primário. A Portaria Nº 619 do referido ano designou quatro professores para estudar novos programas que seriam aplicados já no ano seguinte:

 

O Diretor Geral da Educação tendo em vista a conveniência de serem modificados os programas do ensino primário dos grupos e escolas isoladas do Estado, visto que os vigentes baixados com o Decreto nº 9593, de 26-2940 não sofreram modificações de acordo com as necessidades do Ensino, designa os professores Simeão Mafra Pedroso, Erasmo Pilotto, Eni Caldeira e Nair Santos, para constituírem uma comissão encarregada de estudar as bases dos programas mínimos a serem submetidos a aprovação do Governo, a fim de vigorarem no próximo ano letivo (PARANÁ, 1944, s.p., http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=092932&PagFis=0).

 

A partir dos estudos de Hofstetter, Schneuwly e Freymond (2017) compreende-se que diante da solicitação de uma expertise, a tendência é que os saberes produzidos pelos experts, como são requeridos pelo Estado a fim de suprir uma demanda, sejam institucionalizados e colaborem para que haja mudanças nas legislações e remodelações no sistema. No entanto, não foi isso que ocorreu logo em seguida. Conforme o próprio professor relatou, “circunstâncias diversas impediram que as indicações traçadas viessem a ser postas em execução oficial” (PILOTTO, 1946, p. 45, https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/220236) naquele momento.

Embora a falta de oficialização imediata tenha impedido que os novos programas se institucionalizassem, Erasmo Pilotto fez o registro deles em seu livro “Prática de Escola Serena[2], publicado em 1946 (https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/220236). No livro, o primeiro nível de objetivação dos saberes, encontra-se a súmula metodológica das indicações que, segundo ele, fez diante da comissão no processo de elaboração dos novos programas para o ensino primário. A institucionalização dos programas, com a objetivação dos saberes em nível mais elevado, só aconteceu seis anos depois da formação da comissão, quando os “Programas Mínimos e Experimentais para os Grupos Escolares” (PARANÁ, 1950, https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/117113) foram publicados.

O que corroborou para que os programas de ensino fossem institucionalizados foi a atuação de Erasmo Pilotto nos espaços educacionais e a sua participação no cenário cultural e político do Estado. De acordo com Vieira (2015), se engajar na campanha para a eleição de Moysés Lupion ao governo do Estado do Paraná foi o que possibilitou ao professor chegar à administração pública e ocupar o cargo de Secretário de Estado de Educação e Cultura (SEEC), entre os anos de 1948 e 1951. Finalmente, Erasmo Pilotto pode utilizar de sua expertise profissional para renovar o ensino primário e normal do estado, expandindo pelo território paranaense a experiência vivenciada na Escola de Professores de Curitiba.

Suas primeiras ações como Secretário voltaram-se ao ensino normal. Ao constatar que “mais da metade dos professores primários do Estado tinha apenas o curso primário” e que a “política de formação de professores estava apoiada na existência de Escolas Normais apenas nas maiores cidades do Estado” (PILOTTO, 1954, p. 97, https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/105388), Erasmo Pilotto iniciou um plano para recrutar moças e formar professoras que exercessem o magistério em suas próprias comunidades, abrindo 24 escolas normais regionais em cidades do interior do Estado. Diante da dificuldade de obter bons mestres para as escolas normais regionais, Pilotto organizou “comandos”, selecionando duas ou três professoras, egressas das Escolas Normais, para gerir tais escolas. Em sua gestão como Secretário, procurou “pôr em ação, nos pontos vitais, a elite dos professores que as Escolas Normais vinham formando, dentro do novo espírito” (PILOTTO, 1954, p. 69, https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/105388).

A reorganização da formação de professores do Estado tinha por objetivo alcançar, obviamente, o ensino primário e colocar em ação nas escolas a renovação pedagógica que se vivenciava. “O que as Escolas Normais pregavam, condensava-se em estatuto legal” (PILOTTO, 1954, p. 69, https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/105388). É nesse cenário que, finalmente, os programas elaborados por Erasmo Pilotto em 1944 foram oficialmente incorporados à cultura escolar do ensino primário do Paraná. Os “Programas Mínimos e Experimentais para os Grupos Escolares” (PARANÁ, 1950, https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/117113), publicados pela SEEC, colocou em circulação as representações[3] da Pedagogia da Escola Nova, das quais Erasmo Pilotto se apropriou, e foram responsáveis por redelinear as práticas de ensino na escola primária paranaense.

Em relação à produção de saberes profissionais, Erasmo Pilotto foi responsável por reestruturar o ensino primário a partir dos Programas Mínimos (PARANÁ, 1950, https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/117113). No livro “Prática de Escola Serena” (1946, https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/220236) – uma fonte importante para compreender o pensamento e a intencionalidade por traz do programa oficial – Erasmo Pilotto esclareceu que para ele, além de transitório, os programas não poderiam ser considerados como “um mero registro de matérias a ensinar”(PILOTTO, 1946, p. 46,https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/220236) e isso pode justificar o fato de os Programas Mínimos terem um formato diferente dos anteriores (PARANÁ,1932 https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/104589; 1940, https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/222903) que, desprezando o conservadorismo, o rol extenso de conteúdos e as etapas de ensino bem definidas, prescreveu os conhecimentos mínimos que o aluno deveria saber ao final de cada ano letivo[4], dando maior liberdade ao professor em relação aos encaminhamentos pedagógicos adotados.

Sobre a constituição dos saberes matemáticos, duas mudanças foram significativas para a transformação dos saberes profissionais dos professores que ensinavam matemática. A primeira, referente à organização dos conteúdos, se tratou da união dos saberes aritméticos e geométricos na matéria denominada “Iniciação Matemática”. A segunda, de ordem metodológica, indicava que todos os conteúdos deveriam ser trabalhados a partir de problemas:

 

[...] para ensinar a dividir, partir de uma situação real em que a criança tenha necessidade de dividir; para ensinar decimais, partir, por exemplo, de uma situação em que se deva empregar o metro, e desse modo em todos os casos; procedendo desta maneira, não só atendemos ao destino normal do cálculo que é a sua aplicação a problemas, como tornamos mais clara para a criança, a significação de cada operação de cálculo (PARANÁ, 1950, p. 79-80,https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/117113).

 

 

Erasmo Pilotto (1946, https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/220236; PARANÁ 1950, https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/117113) defendia que o ensino de matemática não poderia ser sacrificado ao cálculo mecânico. Os programas indicavam que o cálculo deveria existir em função de um problema e informava que era ele “o motivo fundamental de toda a atividade matemática primária” (PARANÁ, 1950, p. 79, https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/117113). O ensino de qualquer nova operação de cálculo deveria partir dos problemas e estes não eram aqueles retirados de livros didáticos ou manuais de ensino.

A proposta era que o professor colocasse os alunos para resolverem questões reais. Os programas salientavam que a realidade escolar era rica e que diversas situações poderiam ser utilizadas para a formulação de problemas, como por exemplo: a compra e a distribuição de alimentos; a compra e a venda de objetos escolares; a contabilidade da cantina; a despesa de transporte para se deslocar até a escola; pesos e medidas dos alunos; a confecção de gráficos indicadores em diversas situações; os jogos e a contabilidade dos pontos; a organização financeira de uma festa ou passeio; orçamentos para o melhoramento da escola, entre outras. No livro “Prática de Escola Serena” (PILOTTO, 1946, https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/220236) consta uma nota de rodapé que indica que estas sugestões eram de Decroly.

Ao olhar os programas de Iniciação Matemática evidencia-se o desejo de Pilotto de que os professores tivessem liberdade espiritual e criadora no sentido de serem, como afirmou ele, “criadores de pedagogia” (1954, p. 95, https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/105388). Ou seja, os programas por ele elaborados, mesmo com algumas diretivas, não tinham por objetivo o engessamento da prática do ensino, mas uma súmula de sugestões para que a partir delas os professores vislumbrassem as possibilidades que a realidade da escola e dos alunos ofertava para o ensino.

Em relação aos materiais didáticos para auxiliar no ensino e na aprendizagem, eram recomendados o contador, os mapas de Parker, a taboa de Pitágoras e álbuns de gravura. Também recomendações bibliográficas estavam presentes nos programas de Iniciação Matemática (PARANÁ, 1950, https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/117113), como: “Jogos educativos” de Decroly, “Pedagogia científica” de Montessori, “A nova metodologia de aritmética” de Thorndike e “A medida objetiva do trabalho escolar” de A. Galli.

A Psicologia Diferencial[5], também utilizada por Erasmo Pilotto na Escola de Professores de Curitiba, se fez presente nos programas de “Iniciação Matemática” (FELISBERTO, 2019) que recomendavam que o professor utilizasse um caderno de observação para registrar e acompanhar o desenvolvimento individual dos alunos. Além disso, que aplicasse testes diagnósticos para verificar as dificuldades dos alunos em cada operação e medisse a capacidade deles para resolver problemas, para, a partir dos dados, ofertar-lhes exercícios especiais.

As análises revelam que as representações de Erasmo Pilotto sobre o ensino expandiram e oficializaram os princípios da Escola Nova. Pela publicação dos Programas Mínimos (PARANÁ, 1950, https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/117113) não só a Pedagogia da Escola Nova foi difundida às escolas primárias, como também transformou os saberes profissionais dos professores que ensinavam matemática, já que a lógica de como ensinar passou a ser mediada pelos problemas reais, vivenciados pelas crianças.

 

Referências

 

AZEVEDO, Fernando et al. Manifestos dos pioneiros da Educação Nova (1932) e dos educadores 1959. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana, 2010. 122 p. – (Coleção Educadores). Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me4707.pdf>. Acesso em 06 Fev. 2021.

CHARTIER, Roger. A História Cultural entre práticas e representações. Tradução de Maria Manuela Galhardo. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1990.

FELISBERTO, Lidiane Gomes dos Santos. Os exames de aritmética na legislação do ensino primário do Paraná (1900-1960). HISTEMAT, v. 4, n. 2, p. 68 - 82, 2018. Disponível em:<https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/190773> Acesso em: 11 maio 2021.

FELISBERTO, Lidiane Gomes dos Santos. A pedagogia da escola nova e a concepção de concreto: o ensino dos saberes elementares matemáticos no Paraná (1920-1960). 2019. 180 p. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, 2019. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/222393>. Acesso em: 06 fev. 2021.

HOFSTETTER, Rita; SCHNEUWLY, Bernard; FREYMOND, Mathilde de. Penetrar na verdade da escola para ter elementos concretos de sua avaliação – A irresistível institucionalização do expertem educação (século XIX e XX). In: HOFSTETTER, Rita; VALENTE, Wagner Rodrigues. Saberes em (trans)formação: tema central da formação de professores. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2017.

PINHEIRO, Nara Vilma Lima; VALENTE, Wagner Rodrigues. A produção da matemática na e para a escola primária: a constituição de uma aritmética sob medida. Revista Educação Matemática em Foco, Campina Grande/PB, v. 7, n. 1, 2018, p. 1-12. Disponível em:<http://revista.uepb.edu.br/index.php/REVEDMAT/article/view/4106>. Acesso em 06fev. 2021.

ROMANELLI, Otaiza de Oliveira. História da Educação no Brasil (1930/1973). 21 ed. Editora Vozes: Petrópolis/RJ, 1998.

TRINDADE, Etevilna Maria de Castro; ANDREAZZA, Maria Luiza. Cultura e educação no Paraná. Curitiba: Ed. da UFPR, 2001. 134 p. (Coleção história do Paraná. Textos introdutórios)

VIEIRA, Carlos Eduardo. Erasmo Pilotto: reflexões acerca da formação de professores e da teoria da educação. In: VIEIRA, Carlos Eduardo; OSINSKI, Dulce Regina Baggio; BENCOSTTA, Marcus Levy (org.). Intelectuais, modernidade e formação de professores no Paraná: 1910-1980. 1ed. Curitiba: Editora da UFPR, 2015, v. 1, p. 77-114.

Fontes consultadas

FONTOURA, Afro do Amaral. Psicologia geral. 15 ed. Gráfica Editora Aurora, Ltda., 1967. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/173700>. Acesso em: 21 abr. 2021.

PARANÁ. Regimento Interno e Programas para Grupos Escolares. Curitiba. Diretoria Geral da Instrução Pública, 1932. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/104589>. Acesso em: 01 fev. 2021.

PARANÁ. Regimento Interno e Programa para Grupos Escolares. Decreto nº 9593 de 26/02/1940. Curitiba. Diretoria Geral da Instrução Pública, 1940. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/222903>. Acesso em: 10 jan. 2021.

PARANÁ. Portaria 619. In: JORNAL O DIA. Diretoria Geral da Educação. Curitiba 19 out. 1944. Disponível em: <http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=092932&PagFis=0> Acesso em 20 jan. 2021.

PARANÁ. Curso Primário. Programas Mínimos Experimentais para os Grupos Escolares. Curitiba: Imprensa Oficial do Estado, 1950. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/117113>. Acesso em 08 jan. 2021.

PILOTTO, Erasmo. Prática de Escola Serena. Curitiba: Tipografia João Haupt & Cia. Ltda., 1946. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/220236>. Acesso em 21 abr. 2021.

PILOTTO, Erasmo. A educação no Paraná: Síntese sobre o ensino público elementar e médio. Rio de Janeiro: INEP, p. 130 1954. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/105388>. Acesso em 10 jan. 2021.

RATACHESKI, Alir. Cem anos de ensino no Paraná. In: PARANA. Junta Comercial do Paraná. 1º Centenário da Emancipação Política do Paraná. Curitiba: O Globo, 1953. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/116187>. Acesso em 08 jan. 2021.

Notas

 

[1]Erasmo Piliotto esteve presente na V Conferência, realizada no Rio de Janeiro em 1932.

[2]Paralelo à Escola de Professores, Erasmo Pilotto abriu uma escola experimental, chamada de Instituto Pestalozzi, onde aplicava os princípios da Escola Nova. O prefácio do livro inicia com o seguinte título: “Este livro, que é quase um diário...” (PILOTTO, 1946, p. 5, https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/220236) e nele há registros das ações de Pilotto na Escola de Professores de Curitiba e no Instituto Pestalozzi. Ao que tudo indica, os programas haviam sido “testados” no Instituto que funcionou entre 1943 e 1944.

[3]O conceito de representação baseia-se em Chartier (1990) que a define como esquemas intelectuais que dão sentido à realidade. As representações, para o referido autor, são construídas socialmente, forjadas por grupos dominantes e tendem à universalidade de ideias.

[4]O Estado de São Paulo foi o primeiro a elaborar este modelo de programa, em 1934. Segundo Pinheiro e Valente (2018), a elaboração destes programas se deu a partir de questionários aplicados aos “homens de negócios” da época, que indicaram a inadequação entre os programas primários e as necessidades da vida social.

[5]A Psicologia Diferencial ocupava-se das “diferenças psíquicas entre os indivíduos, estabelecendo tipos de temperamento, de caráter e de personalidade” (FONTOURA, 1967, p. 35, https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/173700) e era responsável por organizar testes “para a verificação dessas diferenças de inteligência ou nível mental da personalidade, de vocação, entre as criaturas” (FONTOURA, 1967, p. 36, https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/173700). Felisberto (2018, https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/190773) aponta que os exames escolares aplicados no Paraná, na década de 1950, sob essa lógica, tinham a intenção de classificar os alunos em classes homogêneas e avaliar a eficiência dos programas de ensino que estavam em vigor.

 

Lidiane Gomes dos Santos Felisberto

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