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MANOEL JAIRO BEZERRA

MANOEL JAIRO BEZERRA

MANOEL JAIRO BEZERRA (1920-2010)

 

O professor catedrático MANOEL JAIRO BEZERRA nasceu em 1920, no Rio Grande do Norte, filho de Antonio Bezerra e Beatriz Bezerra, casado com Vera Zaremba Bezerra, e morreu no ano de 2010. Bezerra graduou-se em Matemática, pela Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi), foi um dos egressos das primeiras turmas da FNFi, no Rio de Janeiro. Iniciou sua graduação em 1941 e concluiu no ano de 1943.

Em relação à trajetória profissional, elenca-se que Bezerra integrou o quadro docente de várias instituições de ensino: Instituto de Educação da Guanabara, Escola Normal Carmela Dutra, Colégio Pedro II, Ginásio Municipal Clóvis Monteiro, Colégio Naval, Colégio de Aplicação da Faculdade Nacional de Filosofia, Universidade Católica de Petrópolis, Escola de Comando e Estado – Maior da Aeronáutica, do Curso de Técnica de Ensino do Exército, Curso Universidade de Cultura Popular, entre outras instituições de ensino (DOMINGUES; FRANÇA, 2020).

O professor Bezerra produziu dezenas de livros para múltiplos públicos [alunos; vestibulandos; professores] em relação ao ensino de matemática, como podem ser vistos nas seguintes produções: Questões de Exames de Admissão (1953); Didática Especial de Matemática (1958); Caderno MEC Geometria (1970); Caderno MEC Álgebra (1966); entre outras.

Destarte, pontua-se que as referidas obras elencadas se encontram inseridas no Repositório de Conteúdo Digital (RCD) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Por mais, registra-se que, além das obras produzidas, Bezerra participou na elaboração de artigos científicos que circulavam nas revistas pedagógicas da época, além de elaborar apostilas para o Curso do Artigo 99 da Universidade de Cultura Popular publicadas de forma seriada nos grandes jornais da época em âmbito nacional.

Nos livros elencados anteriormente, é possível identificar ingredientes que corroboram com seu destaque e colaboração para a área do ensino de matemática. Alguns jornais da época também reiteram destaques ao trabalho de Bezerra. Pode-se citar, no dia 09 de janeiro do ano de 1978, nas páginas do Jornal dos Sports (RJ), a divulgação da autorização de funcionamento do Colégio Opção em Petrópolis. Na ocasião, expõe-se a importância de Jairo Bezerra no cenário educacional[1].

No Instituto de Educação da Guanabara, Bezerra foi coordenador da cadeira de matemática nos cursos de formação de professores que a instituição ofertava. O estudo de Domingues (2019), apoiado nas ocorrências que compõem a Hemeroteca Digital, identificou a circulação de notícias sobre os cursos de Matemática Moderna, como formação complementar (de aperfeiçoamento) para os professores do território da Guanabara. Tais constatações são corroboradas por Maciel (2009) ao tratar Bezerra como um dos personagens de relevância para expansão do ideário do Movimento da Matemática Moderna.

As buscas no RCD-UFSC revelam algumas obras produzidas por Jairo Bezerra, como ditas anteriormente: Cadernos MEC: Álgebra (1966) (https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/135736), que é constituído por exercícios organizados de forma curiosa e sugestiva, de modo a despertar e satisfazer o interesse do aluno, como encontra-se presente na apresentação do mesmo desenvolvida por Heloisa Araujo, Diretora Executiva da Campanha Nacional de Material de Ensino; Cadernos MEC- Aritmética (2ª edição, 1968) (https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/160283) composto por exercícios de aritmética, os mais variados e numerosos, do concreto para o abstrato, visto que, é uma ciência experimental, como pontua Humberto Grande, Diretor Executivo da Fename[2], na apresentação do Caderno de Aritmética; entre outras obras.

Nas duas obras citadas é possível encontrar ingredientes da matemática moderna. França (2007) pontua que o Movimento da Matemática Moderna tinha o intuito de proporcionar a modernização da matemática, com enfoque em determinadas rubricas: as estruturas algébricas, a teoria dos conjuntos, a topologia, as transformações geométricas, entre outras.

Em síntese, a biografia do professor Manoel Jairo Bezerra apresenta sua atuação tanto na formação de professores, como no ensino de matemática.

Assim, a partir dos argumentos elencados anteriormente, é possível identificar vetores que corroboram o professor Manoel Jairo Bezerra um expert em formação de professores que ensinam matemática no âmbito do estado do Rio de Janeiro. Esta afirmação é corroborada por ele ter sido designado pelo então Secretário da Educação e Cultura, Flexa Ribeiro, tendo como Governador Carlos Lacerda, para a elaboração dos programas mínimos de metodologia de cálculo para o Curso Normal (DOMINGUES; FRANÇA, 2020), entre outras designações.

A Ficha Funcional de Bezerra que consta no acervo público do Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro (ISERJ), ampliou informações da vida administrativa do professor. Em 26 de agosto de 1961, o Secretário de Educação e Cultura da Guanabara, nomeou Bezerra para constituir o grupo que reorganizou o Ensino Médio nas escolas da Guanabara (IEGB, s/d). Nesse caminhar, em 14 de março de 1964, Badgar da Silveira, governador do atual Estado do Rio de Janeiro, nomeou o professor Bezerra para exercer o cargo em comissão de Diretor de Divulgação de Ensino Normal, em virtude da exoneração de César Dacoreo Netto. Ainda no mesmo governo, ocorreu a nomeação de Bezerra ao cargo de Professor Catedrático de Curso Normal (Metodologia do Cálculo), em virtude de ter sido classificado em primeiro lugar, no concurso realizado, tendo como base o decreto 514, de 07 de julho de 1961 (IEGB, s/d). Pontua-se que essa vaga foi criada através do decreto 348/64, em 17 de março de 1964. Destarte, Bezerra assumiu como professor catedrático em 15 de outubro de 1965. Ademais, ocorreu uma dispensa no período de 04 de maio de 1970 a 03 de junho de 1970, em virtude de ter recebido um convite do governo norte-americano para realização de uma viagem de estudo e intercâmbio cultural (IEGB, s/d). Em 1969, Bezerra foi designado para compor a banca examinadora de matemática do concurso de habilitação do Curso de Formação de Professores para o Ensino Normal (CFPEN).

Neste momento, recorrendo-se às ocorrências que compõe a Hemeroteca Digital, foi possível identificar elementos que o professor Bezerra circulou por múltiplas instituições, associações, que possibilita levantar como hipótese que o mesmo encontrava-se apresentando aos seus pares [os professores], os saberes sistematizados no campo do ensino de matemática, além do mais, levanta-se a hipótese de que havia circulação de saberes[3].

Bezerra aposentou-se no Instituto de Educação do Rio de Janeiro em 07 de abril de 1986.
Assim, inicia-se esta tessitura a partir do artigo publicado na Revista do Ensino, denominado Blocofração[4] (

). Trata-se de um tipo de material didático compreendido por Bezerra (1958) como "[...] atratores de atenção extremamente úteis para a eficiência do ensino, além de constituírem uma fonte poderosa de elementos e recursos motivadores." (p. 53). Neste percurso, através da utilização da materialidade sugerida por Bezerra para o ensino de fração recorre-se aos seguintes passos: inicia-se com instruções gerais, que contemplam as seguintes temáticas: quantidade; ordem; denominador; numerador; unidade; simplificação de fração; redução ao mesmo denominador; comparação de fração; números mistos; transformação de um número misto em fração imprópria, e finalizando-se em extração dos inteiros.

Posteriormente, após apresentação do ensino de fração, Bezerra adentra-se nas operações com frações. Domingues, Gregório e Costa (2020) afirmam que o mesmo caminho iniciado em 1962 a respeito do ensino de fração, é possível identificar ingredientes alinhados em outras produções, tais como no Caderno MEC Aritmética (1968).

Bezerra (1962) no periódico abarca as quatro operações, iniciando-se a partir das comparações de frações, que utiliza-se dos blocos com intuito de realizar uma indicação do maior e menor, que protagoniza o sentido de noção de unidade. Em outras palavras, "[...] os números que ficam acima dos denominadores chamam-se numeradores, que representam o número de partes que foram tomadas da unidade" (BEZERRA, 1962, p.30).

Nesse mesmo percurso, Bezerra apresenta os números mistos e as frações impróprias. Elementos que podem ser entendidos como protagonistas para Bezerra para o entendimento do ensino de fração. Tendo em vista que, encontra-se uma sistematização que pode ser vista no Caderno MEC, entre outras materialidades.

Domingues, Gregório e Costa (2020) pontuam, através do caderno MEC Aritmética (1968) produzido pelo docente Bezerra, a existência de problemas referentes às frações próprias e impróprias. Nesta escrita, considera-se como “fração própria toda fração menor que um inteiro, tal que seu numerador seja menor que o denominador. Já uma fração imprópria é maior que um inteiro e seu numerador é maior ou igual ao denominador” (DOMINGUES; GREGÓRIO; COSTA, 2020, p. 11).

Dessa forma, pode-se trazer como exemplos algumas problematizações que Bezerra (1968, p. 38) levanta: “[…] uma fração de numerador maior ou igual ao denominador é uma fração imprópria? [...] algumas frações impróprias podem ser equivalentes a números inteiros?”.

Nesta esteira, em relação ao artigo escrito por Bezerra, encontram-se ingredientes dos saberes a ensinar e saberes para ensinar[5], pautam os integrantes da Equipe de História das Ciências da Educação (ERHISE) da Universidade de Genebra. Dessa forma, compreende-se que o conteúdo fração aqui apresentado encontra-se amparado pelos saberes a ensinar, visto que, dialoga com o objeto do trabalho do professor, o ensino das frações. Já as orientações e as sistematizações de uso do material manipulável, Blocofração, se associam aos saberes para ensinar, em virtude de ser o instrumento utilizado pelo docente para o ensino de fração.

Em relação à simplificação de frações, conteúdo que se lastreia em múltiplas obras de Bezerra, Domingues, Gregório e Costa (2020, p. 12) afirmam que neste movimento deveria “[...] ser trabalhado, de forma a sanar as dúvidas acerca da redução de uma fração pelo mesmo denominador, e comparando-a com outras frações”. Nessa esfera, no Caderno MEC – Aritmética, o professor problematiza: “[…] só é possível a simplificação de uma fração quando seus termos admitem um divisor comum?” (1968, p. 38). Nessa esteira, a simplificação de frações, o professor Bezerra (1962) elenca os percursos possíveis para uma imobilização da noção de unidade, com objetivo de apresentar que a fração não sofre modificação por meio da operação da multiplicação ou da divisão do numerador e denominador pelo mesmo número (DOMINGUES; GREGÓRIO; COSTA, 2020).

Em relação às operações de frações, a soma é apontada em iniciar o processo de aprendizagem na apresentação de um inteiro com uma fração, com intuito de fazer o aluno retirar três unidades no Blocofração, e em seguida, a fração ½, solicitando-se para que o discente fale a quantidade retirada, em outras palavras, espera-se que apresente 3 + ½ = 3 ½. Esse caminho indicado na Revista do Ensino proporciona uma sinalização ao docente com o discente. Em contrapartida, no material utilizado pelo aluno, aborda-se a soma de 2 + ½ = 2½, que sinaliza os números mistos, abordados anteriormente. Problematiza-se: “[…] a soma de um número natural com uma fração própria é um número misto?”.

Dito isso, encontra-se ingredientes de saberes que compõem o ensino de fração, que seguem os percursos elencados por Bezerra, nas referidas obras citadas, sendo assim, pode-se afirmar a existência de uma sistematização nas suas produções para os múltiplos níveis de formação. Corroborando-se com Domingues, Gregório e Costa (2020, p. 14) em relação à formação inicial, assim como na formação continuada, “[...] é de suma importância que o docente se aproprie de ferramentas para o ensino da matemática”.

Nesse itinerário, foi exposto de forma sucinta um novo olhar a respeito do ensino de fração, sendo possível identificar ingredientes de um saber a ensinar e de um saber para ensinar, podendo-se inferir que ocorreu modificações na formação inicial e formação continuada. A partir da rubrica elencada, nesse movimento, Manoel Jairo Bezerra elaborou um novo saber ao tratar sobre fração nos múltiplos níveis de formação, desde a utilização do Blocofração, assim como, utilizando os números mistos como protagonista para o êxito do mesmo.

Manoel Jairo Bezerra atuou nos múltiplos campos de formação e ensino, os autores debruçaram-se sobre a trajetória, em seguida, em relação à constituição de uma nova forma de ensinar fração. Identificou-se nas fontes utilizadas vestígios na elaboração de um novo saber, iniciado desde o início da década de 1960, podendo-se encontrar uma circulação e sistematização no final da década de 1960. Bezerra não alterou suas orientações didáticas - pedagógicas, mas, manteve-se com o passar do espaço-tempo, refletindo-se em suas produções e apresentações.

Em linhas de síntese, chega-se como resultado desta tessitura a existência de ingredientes para caracterizar Manoel Jairo Bezerra como um expert em metodologia de ensino, tendo em vista o reconhecimento dos pares, a convocação do Estado, entre outros pontos que acabam por contribuir com essa caracterização.

 

Referências

 

BERTINI, Luciane de Fatima; MORAIS, Rosilda dos Santos; VALENTE, Wagner Rodrigues. A Matemática a ensinar e a Matemática paraensinar: novos estudos sobre a formação de professores. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2017.

BEZERRA, Manoel Jairo. Questões de exames de Admissão. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1953. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/159296. Acesso em: 05 nov. 2020.

BEZERRA, Manoel Jairo. Didática especial da Matemática. Rio de Janeiro: MEC/CADES, 1958. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/218412. Acesso: 05 nov. 2020.

BEZERRA, Manoel Jairo. Blocofração. Revista do Ensino, Porto Alegre, n. 86, p. 29–32, mar. 1962. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/127654. Acesso: 05 nov. 2020.

BEZERRA, Manoel Jairo. Caderno MEC Aritmética. 2. ed. Fundação Nacional de Material Escolar/ Ministério da Educação e Cultura. Rio de Janeiro, 1968. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/160283 Acesso: 04 nov. 2020.

BEZERRA, Manoel Jairo; TAVARES, Raimundo Nonato; JUNQUEIRA, Francisco Diniz; Caderno MEC Geometria. 2. ed. Fundação Nacional de Material Escolar/ Ministério da Educação e Cultura, Rio de Janeiro, 1970. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/135738. Acesso em: 05 nov. 2020.

BEZERRA, Manoel Jairo; TAVARES, Raimundo Nonato; JUNQUEIRA, Francisco Diniz; Caderno MEC –Álgebra. 1. ed. Fundação Nacional de Material Escolar/ Ministério da Educação e Cultura, Rio de Janeiro, 1966. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/135736. Acesso em: 05 nov. 2020.

DOMINGUES, Jonathan Machado. O movimento da matemática moderna no diário de notícias do Rio de Janeiro (1960-1968). Revista Kwanissa, São Luís, n. 3, p. 56-68, jan./jun. 2019.

DOMINGUES, Jonathan Machado; FRANÇA, Denise Medina de Almeida. Didática Especial da Matemática: em busca dos saberes da profissão docente. Revista de História da Educação Matemática, v. 6, p. 170-184, 2020.

DOMINGUES, Jonathan Machado; GREGÓRIO, Janine Marques da Costa; COSTA, David Antonio da. Matemática a ensinar e matemática para ensinar fração: algumas considerações das produções de Bezerra. CEMeR, v. 10, n. 3, p. 3-18, 2020.

FILGUEIRAS, Juliana Miranda. A produção de materiais didáticos pelo MEC: da Campanha Nacional de Material de Ensino à Fundação Nacional de Material Escolar. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 33, n. 65, p. 313-335, 2013.

FRANÇA, Denise Medina de Almeida. A produção oficial do Movimento da Matemática Moderna para o ensino primário do Estado de São Paulo (1960-1980). 2007. 272 p. Dissertação (Mestrado em Educação Matemática)– Centro de Ciências Exatas e Tecnologia, PUCSP, São Paulo, 2007.

FRANÇA, Denise Medina de Almeida. Saber profissional do professor que ensina matemática: o caso do CFPEN (1966 a 1971). REVISTA COCAR (ONLINE), v. 6, p. 189-207, 2019.

IEGB. Ficha Funcional de Manoel Jairo Bezerra. Centro de Memória Institucional do Instituto de Educação do Rio de Janeiro, ISERJ, s\d. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/220578. Acesso em: 05 nov. 2020.

MACIEL, Leandro Silvio Katzer. “A Conquista”: uma história da educação à distância pela televisão e o Movimento da Matemática Moderna no Brasil. 2009. 179 p. Dissertação (Mestrado em Educação Matemática) – Universidade Bandeirante de São Paulo, São Paulo, 2009.

 

Notas

 

[1] Segue à notícia que circulou no jornal referenciado: “Dentre esses especialistas destaca-se o nome do professor Manoel Jairo Bezerra, reconhecido em todos os setores da educação nacional pelos relevantes serviços prestados à causa do ensino, através de dezenas de obras técnicas e pedagógicas que publicou, dos inúmeros cargos que desempenha ou desempenhou na esfera pública e privada e das representações oficiais de que foi incumbida no exterior, além da excepcional vivência em classe, testemunhada pelo respeito e admiração que conquistou por milhares de alunos e ex-alunos. Entre as inúmeras provas de gratidão das autoridades educacionais ao Prof. Jairo Bezerra, inclui-se a Medalha Anchieta por relevantes serviços prestados à educação em nosso Estado” (Jornal dos Sports, Rio de Janeiro, 08 de out. de 1978. Disponível em: < http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=112518_04&pesq=%22Manoel%20Jairo%20Bezerra%22&pasta=ano%20197&pagfis=9715>. Acesso em: 21 jun. 2021.).

[2]“Campanha Nacional de Material de Ensino (CNME) foi criada em 1956 pelo Ministério da Educação com a função de produzir materiais escolares e obras de consulta para os estudantes brasileiros. Em 1967, a CNME transformou-se na Fename, que ampliou a publicação das obras didáticas, além da produção e distribuição de materiais de consumo, lápis, canetas etc. A produção desses manuais didáticos revelou a atuação do Ministério da Educação em uma área dominada pelo mercado privado, sobretudo pela indústria editorial de didáticos". Pontua-se que esses dois órgãos “[...] produziram suas obras em parceria com professores de instituições tradicionais de ensino secundário e superior do Rio de Janeiro" (FILGUEIRAS, 2013, p. 313).

[3]As atividades que Bezerra participou foram: O Material didático no ensino da Matemática (Campanha de Aperfeiçoamento e Expansão do Ensino Comercial (CAEC) e a Diretoria do Ensino Comercial do Ministério da Educação e Cultura - Diário de Pernambuco, Pernambuco, 20 de nov. de 1959. Disponível em: <http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=029033_13&pesq=%22Manoel%20Jairo%20Bezerra%22&pasta=ano%20195&pagfis=60304>. Acesso em: 21 jun. 2021.). Material Didático no Ensino da Matemática (Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 11 de maio de 1960. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=089842_07&pesq=%22Manoel%20Jairo%20Bezerra%22&pasta=ano%20196&pagfis=494 Acesso em: 21 jun. 2021.), entre outras.

[4]É um material manipulável utilizado para o ensino de fração. Essa materialidade pedagógica é constituída por dois grupos A e B. Dito isso, o Grupo A é composto de seis cubos azuis claros de 4cm de aresta (são os inteiros) e quatro paralelepípedos azuis escuros de 4cm x 4cm x 2cm (são os meios). O Grupo B é composto de quatro paralelepípedos brancos de 2cm x 2cm x 4cm (são os quartos) e 8 cubos de 2cm de aresta (são os oitavos) (DOMINGUES; GREGÓRIO; COSTA, 2020; BEZERRA, 1962).

[5] Os saberes a ensinar “referem-se aos saberes produzidos pelas disciplinas universitárias, pelos diferentes campos científicos considerados importantes para a formação de professores” (BERTINI; MORAIS; VALENTE, 2017, p. 11). Em contrapartida, os saberes para ensinar “têm por especificidade a docência, ligam-se àqueles saberes próprios para o exercício da profissão docente” (BERTINI; MORAIS; VALENTE, 2017, p. 11).

 

Jonathan Machado Domingues

David Antonio da Costa

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